CUIDADO, FRAUDE À VISTA!
O triste espectáculo das últimas legislativas, em que muita
gente ficou sem votar, não deve repetir-se. Nunca. A classe política tem que dar
o exemplo (de maturidade). Mas atenção! Não vá o outro tomar a nuvem por Juno!
Fala-se, por aí, do “voto electrónico” e quejandos. Tudo muito bonito.
Bonitinho. Todavia: Cabo Verde não está sozinho no mundo. Trago-vos então (“com
conhecimento” às autoridades competentes) o caso da Venezuela, onde um charlatão
do Foro de São Paulo (www.forosaopaulo.org) manipula as eleições e fabrica
“brilhantes” maiorias absolutas. Alejandro Esclusa, voz autorizada, é o autor da
denúncia. Qualquer semelhança com a realidade cabo-verdiana é pura coincidênca.
Se entrarem neste importante site
(www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=5593&language=pt), vão encontrar, no
fim do texto, um “link” que vos dará acesso a um vídeo, com explicações do
próprio Alejandro sobre as novas dimensões da fraude eleitoral. Cuidado, ó
navegantes dos mares do Sul! “Respaldo popular ou fraude eleitoral?” é o título
do artigo. Leiam-no, e meditem. Bem, da minha parte, fui! - como dizem os
brasileiros. Vou ler, agora, o mundialmente famoso “best seller” do nosso
incrível Filú. É sobre a “Praia digital, Japão do Atlântico”...
Ao que parece, vai haver revisão do Código Eleitoral. É uma
Lei que exige 2/3 e, por conseguinte, só será alterada se houver consenso entre
os dois maiores partidos, MpD e PAICV. Conforme resulta do próprio Acórdão do
Supremo Tribunal de Justiça, o topo da hierarquia judicial em Cabo Verde, as
últimas eleições foram marcadas por alguma bandalheira, incluindo declarações
criminosas de um chefete no poder, e por muitas irregularidades. Houve “golpes”
de antologia. (Recorde-se, já agora, que um certo cavalheiro já tinha sido
eleito por fraude há uns anos atrás, também comprovada pelo Supremo, o qual, no
entanto, porque é super, deixou a coisa passar – assim se faz a “democracia”
nestas plagas descobertas pelas caravelas quinhentistas de Sua
Majestade!!!).
O sistema foi abalado no seu pilar decisivo. Jornais
estrangeiros começaram a falar de Cabo Verde como uma “democracia de fachada”.
Importa, a meu ver, ultrapassar essa fase. Reconstruir a confiança.
Uma mudança do Código, feita com lisura, é um óptimo
começo. Li, nalguma imprensa, propostas interessantes. É preciso fazer um
recenseamento sério e credibilizar os cadernos. A Comissão Nacional de Eleições
deve ser reforçada e dotada de instrumentos que garantam a sua absoluta
independência e neutralidade.
O triste espectáculo das últimas legislativas, em que muita
gente ficou sem votar, não deve repetir-se. Nunca. A classe política tem que dar
o exemplo (de maturidade). Mas atenção! Não vá o outro tomar a nuvem por Juno!
Fala-se, por aí, do “voto electrónico” e quejandos. Tudo muito bonito.
Bonitinho. Todavia: Cabo Verde não está sozinho no mundo. Trago-vos então (“com
conhecimento” às autoridades competentes) o caso da Venezuela, onde um charlatão
do Foro de São Paulo (www.forosaopaulo.org) manipula as eleições e fabrica
“brilhantes” maiorias absolutas. Alejandro Esclusa, voz autorizada, é o autor da
denúncia. Qualquer semelhança com a realidade cabo-verdiana é pura coincidênca.
Se entrarem neste importante site
(www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=5593&language=pt), vão encontrar, no
fim do texto, um “link” que vos dará acesso a um vídeo, com explicações do
próprio Alejandro sobre as novas dimensões da fraude eleitoral. Cuidado, ó
navegantes dos mares do Sul!
“Respaldo popular ou fraude eleitoral?” é o título do
artigo. Leiam-no, e meditem. Bem, da minha parte, fui! - como dizem os
brasileiros. Vou ler, agora, o mundialmente famoso “best seller” do nosso
incrível Filú. É sobre a “Praia digital, Japão do Atlântico”...
Casimiro de Pina
RESPALDO POPULAR OU FRAUDE ELEITORAL?
por Alejandro Peña Esclusa, em 23 de Fevereiro de 2007
Caracas – Acabo de regressar de um giro que me levou a São
Salvador, Washington, Miami, Buenos Aires, São Paulo e Bogotá, cujo objectivo
foi promover a criação de uma Comissão Internacional que investigue as graves
violações à liberdade e aos direitos humanos na Venezuela.
Nas reuniões que mantive, detectei uma péssima opinião
sobre Hugo Chávez, a quem se considera um perigoso ditador, que está expandindo
seu projecto por toda a América. Entretanto, invariavelmente, todos os meus
interlocutores estavam certos do massivo respaldo popular que o tenente-coronel
ainda mantém.
Esta falsa percepção deve-se não somente à multimilionária
campanha propagandística que o regime venezuelano realiza no mundo inteiro mas –
principalmente – ao facto de o líder opositor não ter protestado contra os
resultados nas eleições que se realizaram, favoráveis sempre ao
oficialismo.
Foi necessário explicar que na Venezuela existe um
mecanismo engenhoso e perverso para cometer fraude eleitoral que consiste no
seguinte:
Primeiro: promove-se a criação de uma Assembleia
Constituinte.
Segundo: a este organismo se outorga – ilegalmente – uma
condição “originária” e “supra-constitucional” que lhe permite dissolver os
poderes públicos legitimamente constituídos.
Terceiro : nomeiam-se novos poderes, subordinados ao
Presidente, com interesse especial em controlar as instituições
eleitorais.
Quarto: modificam-se as normas que regem as eleições,
substituindo o voto manual pelo electrónico (facilmente manipulável), eliminando
o segredo do voto mediante máquinas “capta huellas” (capta digitais), proibindo
a contagem manual das cédulas e estabelecendo uma auditoria “aleatória” que só
confere as cédulas em algumas caixas.
Quinto: adultera-se o padrão eleitoral, inflacionando-o
exageradamente, com votantes inexistentes e outorgando a nacionalidade a
milhares de estrangeiros, em troca do seu voto.
Sexto: coage-se os cidadãos a votar no regime, ameaçando-os
de perder seus empregos (no caso dos funcionários públicos) ou em negar-lhes
subsídios, créditos ou contratos.
Sétimo: criam-se grupos paramilitares, protegidos pelo
oficialismo e armados até aos dentes, que ameaçam a população em agir com
violência se esta se atrever a materializar uma mudança de Governo.
Incrivelmente, tudo o que foi dito acima se realiza com uma
aparência de legalidade, posto que as acções e os normativos são ditados pelos
próprios poderes públicos. Trata-se de um mecanismo para destruir a democracia e
impor uma ditadura, utilizando como plataforma as instituições
democráticas.
Para que o esquema funcione na perfeição, exige-se
candidatos opositores que concorram às eleições e as legitimem com sua
participação, como lamentavelmente sucedeu na Venezuela.
Além de Chávez, há outros que querem utilizar o mesmo
modelo para perpetuar-se no poder, entre eles, Evo Morales, Rafael Correa e
Daniel Ortega.
Depois da explicação, meus interlocutores reagiram com
optimismo. Se o respaldo popular que Chávez mantém é fictício, então o poder
formal e o inesgotável talão de cheques petroleiro só lhe servirão para
manter-se na presidência durante algum tempo; depois, lhe sobrevirá a
debacle.
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