ESCLARECENDO UMA DÚVIDA À PROLE MARXISTA
Os números do jornal “Público”, citados pelo
Weyl, referem-se ao orçamento, não ao PIB. No meu texto eu dizia o
seguinte: “As despesas militares dos EUA representam cerca de 4% do
PIB. É a prova de uma economia extraordinária, que mantém um aparelho
militar tão forte gastando uma pequena fatia do orçamento”. Em vez de
“orçamento”, sublinho, eu devia escrever “riqueza”. Mas um descuido de
linguagem não invalida a lógica interna do pensamento, como se aprende
na Teoria Geral da Interpretação. Parto do princípio, além disso, que
os meus textos não são lidos por semi-analfabetos
O senhor Francisco Weyl, indivíduo mediático e
“carpinteiro de poesia”, não ficou contente com o meu artigo sobre o
frei Betto, guia espiritual da malta comunista/marxista do Brasil.
Compreende-se. A verdade é que o artigo, o meu, está bem fundamentado e
desfaz, com a força dos argumentos, qual vendaval da natureza, todas as
patranhas e tolices do ilustre frei Betto, adepto da “teologia da
libertação”. A gororoba do Betto foi, assim, todinha para o lixo. Puxei
o autoclismo, e pronto.
O objectivo central do frei foi, e é, desviar a
atenção do Foro de São Paulo, e da sua agenda comunista, já impossível
de esconder. O FSP é dirigido, neste momento, pelo Hitler da Venezuela,
o inefável Hugo Chávez, chefete que governa por decretos pessoais, com
poderes praticamente ilimitados.
Chávez é, para variar, o mesmo charlatão que usa
o nome de Bolívar para defender um projecto (estalinista) que o “pai
das independências” latinas jamais defenderia. Bolívar, o autêntico,
era um admirador da liberdade individual, da economia de mercado e da
tradição federal norte-americana, de resto a sua fonte de inspiração.
(A propósito do Foro de São Paulo, essa perigosa entidade subversiva
continental que vive em regime de concubinato com o terrorismo
islâmico, ver os lúcidos comentários de Alejandro Esclusa, em www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=5550&language=pt).
Adiante!
Vê-se, pela ansiedade do comentário, que o
senhor Weyl gostaria de escrever um artigo de “opinião”, qualquer
coisa, para salvar a honra do convento.
Mas, paciência!, não pode. A distância entre a vontade e o intelecto é um abismo quase metafísico.
Desfazer um texto sólido não é para
principiantes. Quem sabe, um dia, venha a realizar o seu sonho! Em
alternativa, o que faz o “carpinteiro”? Tenta aplacar a tempestade com
um grito de vudú! Sem a mínima noção da realidade. Eu, normalmente,
faço o contrário: pego o boi pelos cornos, dou-lhe um correctivo à
maneira e arrumo o assunto (e o animal) de forma transparente e
consequente. É uma questão de estilo.
Efectivamente, os Estados Unidos da América gastam cerca de 4% do PIB nas despesas militares.
Os números do jornal “Público”, citados pelo
Weyl, referem-se ao orçamento, não ao PIB. No meu texto eu dizia o
seguinte: “As despesas militares dos EUA representam cerca de 4% do
PIB. É a prova de uma economia extraordinária, que mantém um aparelho
militar tão forte gastando uma pequena fatia do orçamento”. Em vez de
“orçamento”, sublinho, eu devia escrever “riqueza”. Mas um descuido de
linguagem não invalida a lógica interna do pensamento, como se aprende
na Teoria Geral da Interpretação. Parto do princípio, além disso, que
os meus textos não são lidos por semi-analfabetos.
Pelo contexto, percebe-se claramente a linha da
minha argumentação. É mesmo assim: os EUA gastam, com despesas
militares, cerca de 4% do PIB.
Só uma economia extraordinária consegue, na
verdade, um tal feito. Mesmo que fosse 6%, 7% ou 8% do PIB seria, ainda
assim, admirável. Agora, 25%, como sugere “el nuestro” carpinteiro (ao
dar grande destaque à proposta de Bush, que consigna ¼ do orçamento às
despesas militares), isso nunca! Bush está a propor, veja bem, 25% do
orçamento; não do PIB. Logo, o “argumento” weyliano, supostamente
demolidor, é simplesmente improcedente, fruto de alguma ingenuidade
analítica.
Mengistu, o antigo ditador comunista da Etiópia,
gastava muito com a força militar, mas o povo etíope passava fome. É a
marca dos Estados autoritários. A mesma coisa acontecia na União
Soviética. América, pelo contrário, consegue manter um aparelho militar
sofisticado sem pôr em causa o alto nível de Desenvolvimento Humano do
seu povo. Na Educação, por exemplo, possui escolas de referência em
todas as disciplinas, das artes às ciências.
O bem-estar é de tal ordem uma nota dominante da
democracia americana que alguns estudiosos ressentidos, como Marcuse,
viram-se forçados a mudar o tradicional jargão esquerdista. A América
seria, então, um “péssimo” exemplo, não por ser um país pobre, como
Cuba ou Coreia do Norte, mas por ser, vá lá, uma inaceitável “sociedade
de consumo”, mui rica e próspera, seduzindo (crime contra a
humanidade!) os pobres “proletários” com um conforto que “degrada” a
natureza humana e traz a irremediável perdição da alma! Pois claro, o
“ideal” mesmo, dir-se-ia, é morar numa favela, onde florescem os
encantos humanistas e a nobilíssima solidariedade desinteressada!
De qualquer modo, milhares de brasileiros
miseráveis procuram refúgio nos Estados Unidos, fugindo de um país com
recursos naturais abundantes, e um bom carnaval, mas assolado por um
Governo corrupto e incompetente - e por uma cultura política atrelada
ao patrimonialismo cafajeste dos “coronéis” absolutistas. Quem conhece
Buarque de Holanda sabe quais são as “raízes do Brasil”.
O êxito dos EUA confunde, sobremaneira, a cuca
ressentida dos comunistas, já que nenhum regime marxista, até hoje,
conseguiu realizar coisa parecida.
Além disso, o sistema militar, nos EUA, está
ligado aos melhores centros de investigação científica. Já ouviram
falar da NASA? A própria Internet, como frisei no outro dia, resultou
de uma necessidade militar. Os papagaios que passeiam pela Web, essa
nova galáxia de que fala Manuel Castells, não sabem quem criou essa
maravilha tecnológica. Limitam-se a cuspir no prato que lhes deu uma
liberdade de circulação (e de conhecimento) que os seus “heróis”, como
Fidel Castro, sempre negaram aos cidadãos. É o preço de uma ideologia
caduca, vinda do século XIX, uma ideologia simultaneamente decadente e
arrogante. Os países que a adoptaram caíram todos na bancarrota, mas
atribuem as culpas aos “inimigos” e ao “cerco capitalista”, num giro
fácil entre a utopia, que sempre fracassa, e o delírio, que jamais
admite o fracasso.
Não há exemplo, na longa História da humanidade,
de uma nação militarmente tão poderosa gastando uma pequena fatia da
sua riqueza, do seu PIB. O resto é manobra de diversão, fantasia
literária dos Bettos e da formidável tribo comuno-tupiniquim.
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