quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

ESCLARECENDO UMA DÚVIDA À PROLE MARXISTA

Os números do jornal “Público”, citados pelo Weyl, referem-se ao orçamento, não ao PIB. No meu texto eu dizia o seguinte: “As despesas militares dos EUA representam cerca de 4% do PIB. É a prova de uma economia extraordinária, que mantém um aparelho militar tão forte gastando uma pequena fatia do orçamento”. Em vez de “orçamento”, sublinho, eu devia escrever “riqueza”. Mas um descuido de linguagem não invalida a lógica interna do pensamento, como se aprende na Teoria Geral da Interpretação. Parto do princípio, além disso, que os meus textos não são lidos por semi-analfabetos


O senhor Francisco Weyl, indivíduo mediático e “carpinteiro de poesia”, não ficou contente com o meu artigo sobre o frei Betto, guia espiritual da malta comunista/marxista do Brasil. Compreende-se. A verdade é que o artigo, o meu, está bem fundamentado e desfaz, com a força dos argumentos, qual vendaval da natureza, todas as patranhas e tolices do ilustre frei Betto, adepto da “teologia da libertação”. A gororoba do Betto foi, assim, todinha para o lixo. Puxei o autoclismo, e pronto.
O objectivo central do frei foi, e é, desviar a atenção do Foro de São Paulo, e da sua agenda comunista, já impossível de esconder. O FSP é dirigido, neste momento, pelo Hitler da Venezuela, o inefável Hugo Chávez, chefete que governa por decretos pessoais, com poderes praticamente ilimitados.
Chávez é, para variar, o mesmo charlatão que usa o nome de Bolívar para defender um projecto (estalinista) que o “pai das independências” latinas jamais defenderia. Bolívar, o autêntico, era um admirador da liberdade individual, da economia de mercado e da tradição federal norte-americana, de resto a sua fonte de inspiração. (A propósito do Foro de São Paulo, essa perigosa entidade subversiva continental que vive em regime de concubinato com o terrorismo islâmico, ver os lúcidos comentários de Alejandro Esclusa, em www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=5550&language=pt).
Adiante!
Vê-se, pela ansiedade do comentário, que o senhor Weyl gostaria de escrever um artigo de “opinião”, qualquer coisa, para salvar a honra do convento.
Mas, paciência!, não pode. A distância entre a vontade e o intelecto é um abismo quase metafísico.
Desfazer um texto sólido não é para principiantes. Quem sabe, um dia, venha a realizar o seu sonho! Em alternativa, o que faz o “carpinteiro”? Tenta aplacar a tempestade com um grito de vudú! Sem a mínima noção da realidade. Eu, normalmente, faço o contrário: pego o boi pelos cornos, dou-lhe um correctivo à maneira e arrumo o assunto (e o animal) de forma transparente e consequente. É uma questão de estilo.
Efectivamente, os Estados Unidos da América gastam cerca de 4% do PIB nas despesas militares.
Os números do jornal “Público”, citados pelo Weyl, referem-se ao orçamento, não ao PIB. No meu texto eu dizia o seguinte: “As despesas militares dos EUA representam cerca de 4% do PIB. É a prova de uma economia extraordinária, que mantém um aparelho militar tão forte gastando uma pequena fatia do orçamento”. Em vez de “orçamento”, sublinho, eu devia escrever “riqueza”. Mas um descuido de linguagem não invalida a lógica interna do pensamento, como se aprende na Teoria Geral da Interpretação. Parto do princípio, além disso, que os meus textos não são lidos por semi-analfabetos.
Pelo contexto, percebe-se claramente a linha da minha argumentação. É mesmo assim: os EUA gastam, com despesas militares, cerca de 4% do PIB.
Só uma economia extraordinária consegue, na verdade, um tal feito. Mesmo que fosse 6%, 7% ou 8% do PIB seria, ainda assim, admirável. Agora, 25%, como sugere “el nuestro” carpinteiro (ao dar grande destaque à proposta de Bush, que consigna ¼ do orçamento às despesas militares), isso nunca! Bush está a propor, veja bem, 25% do orçamento; não do PIB. Logo, o “argumento” weyliano, supostamente demolidor, é simplesmente improcedente, fruto de alguma ingenuidade analítica.
Mengistu, o antigo ditador comunista da Etiópia, gastava muito com a força militar, mas o povo etíope passava fome. É a marca dos Estados autoritários. A mesma coisa acontecia na União Soviética. América, pelo contrário, consegue manter um aparelho militar sofisticado sem pôr em causa o alto nível de Desenvolvimento Humano do seu povo. Na Educação, por exemplo, possui escolas de referência em todas as disciplinas, das artes às ciências.
O bem-estar é de tal ordem uma nota dominante da democracia americana que alguns estudiosos ressentidos, como Marcuse, viram-se forçados a mudar o tradicional jargão esquerdista. A América seria, então, um “péssimo” exemplo, não por ser um país pobre, como Cuba ou Coreia do Norte, mas por ser, vá lá, uma inaceitável “sociedade de consumo”, mui rica e próspera, seduzindo (crime contra a humanidade!) os pobres “proletários” com um conforto que “degrada” a natureza humana e traz a irremediável perdição da alma! Pois claro, o “ideal” mesmo, dir-se-ia, é morar numa favela, onde florescem os encantos humanistas e a nobilíssima solidariedade desinteressada!
De qualquer modo, milhares de brasileiros miseráveis procuram refúgio nos Estados Unidos, fugindo de um país com recursos naturais abundantes, e um bom carnaval, mas assolado por um Governo corrupto e incompetente - e por uma cultura política atrelada ao patrimonialismo cafajeste dos “coronéis” absolutistas. Quem conhece Buarque de Holanda sabe quais são as “raízes do Brasil”.
O êxito dos EUA confunde, sobremaneira, a cuca ressentida dos comunistas, já que nenhum regime marxista, até hoje, conseguiu realizar coisa parecida.
Além disso, o sistema militar, nos EUA, está ligado aos melhores centros de investigação científica. Já ouviram falar da NASA? A própria Internet, como frisei no outro dia, resultou de uma necessidade militar. Os papagaios que passeiam pela Web, essa nova galáxia de que fala Manuel Castells, não sabem quem criou essa maravilha tecnológica. Limitam-se a cuspir no prato que lhes deu uma liberdade de circulação (e de conhecimento) que os seus “heróis”, como Fidel Castro, sempre negaram aos cidadãos. É o preço de uma ideologia caduca, vinda do século XIX, uma ideologia simultaneamente decadente e arrogante. Os países que a adoptaram caíram todos na bancarrota, mas atribuem as culpas aos “inimigos” e ao “cerco capitalista”, num giro fácil entre a utopia, que sempre fracassa, e o delírio, que jamais admite o fracasso.
Não há exemplo, na longa História da humanidade, de uma nação militarmente tão poderosa gastando uma pequena fatia da sua riqueza, do seu PIB. O resto é manobra de diversão, fantasia literária dos Bettos e da formidável tribo comuno-tupiniquim.

Seja o primeiro a comentar

Enviar um comentário


About Me

Jurista e Docente Universitário

O Espírito das Leis ©

TOPO