segunda-feira, 24 de abril de 2006

DEMOCRACIA OU REDE MAFIOSA?

… temos, em Cabo Verde, muito boa gente com um salário formalmente baixo que, entretanto, exibe admiráveis fortunas. Mas ninguém se preocupa com essa gente (usemos esta expressão por caridade cristã), que passeia bovinamente a sua glória por aí, prosperando, aliás, impunemente, numa estranha promiscuidade entre o público e o privado; “gozando” com o cidadão comum e contribuindo, poderosamente, para a erosão dos valores sociais. Numa atmosfera onde campeia a impunidade, o cidadão honesto é apenas um estúpido. E, por isso, uma ave rara. A transparência não compensa, e as crianças apercebem-se disso desde muito cedo. É por essa razão que os nossos jovens (num fenómeno que tive a felicidade de presenciar várias vezes) acham os seus amigos estrangeiros “infantis” e “pouco espertos”, porque eles “confiam demais”!...

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segunda-feira, 17 de abril de 2006

AS EPÍSTOLAS DO SENHOR MINISTRO

O jornalista pergunta-lhe: “Quer dizer que a POP e os tribunais estão ou estiveram de costas viradas?”, e ele, visivelmente atrapalhado, responde: “... devo reconhecer que nem sempre houve relações de excelência entre a POP e o Ministério Público (...)”. A confusão é monumental, porque o “Ministério Público” nada tem a ver com os “tribunais”. A pergunta do jornalista era clara, e tinha a ver com os “tribunais”. O “Ministério Público” não é órgão de soberania, e não tem competência para “soltar” ou condenar eventuais delinquentes. A sua função é outra, e o dr. Júlio, pelas funções que exerce, devia saber isso. O ponto mais alto da falta de preparação é, contudo, atingido mais à frente, quando o preclaro ministro deixa esta autêntica lição de sapiência aos “jovens magistrados”, e não só: “O crime não se compadece com questões sebentárias dos tempos de universidade”

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Jurista e Docente Universitário

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