AS MINAS DE SALOMÃO
Cabo Verde, num brilhante gesto “diplomático” do actual
Presidente da República, integrou-se, orgulhosamente, e de pleno direito, com
discurso e tudo, nessa cruzada totalitária, participando na histórica cimeira de
Cuba (2006), onde os companheiros da esquerdigreja afinaram a estratégia
abominável do “socialismo sincrético”. A matriz é a mesma: truculência e
autoritarismo, a equação do atraso e da pobreza
Atordoada pela implosão do império ditatorial soviético, a
igreja marxista tentou, rapidamente, organizar os fiéis, na mira de salvar a
honra do convento, assumindo, no Foro de São Paulo, entidade supranacional
criada por Lula da Silva e Fidel Castro, em 1990, a ideia de recuperar, a partir
da América Latina, aquilo que o totalitarismo socialista perdera, de forma
inesperada, na Europa. Hoje, após o triunfo do charlatão Hugo Chávez, pateta
alegre que se diz sucessor de Bolívar (mesmo sabendo que o velho Simon Bolívar
era um liberal convicto e grande apreciador da tradição federal
norte-americana), as actividades do FSP conhecem um novo vigor, mobilizando
milhares de militantes antiglobalização e outros que tais amantes da “revolução”
comunista internacional.
Venezuela está já a sentir os “efeitos” dessa marcha
prodigiosa: aumento da pobreza, perseguição implacável à imprensa democrática,
fraude eleitoral, corrupção galopante (ver a lista da Transparency
International) e colapso das liberdades e das instituições representativas,
sobretudo após a edição da famosa e hitleriana “Lei Habilitante”, que deu, num
ápice, poderes absolutos ao narco-comunista de Miraflores, o herói tragicómico
das vacas loucas da utopia colectivista.
As ramificações desse perigoso cartel ideológico não ficam
por aí...
Há (a partir do epicentro do FSP) uma clara ARTICULAÇÃO com
todas as ditaduras do mundo, desde a China dos “dois sistemas” à tirania
religiosa do Irão, onde pontifica esse basbaque fundamentalista interessado num
novo Holocausto, o senhor Ahmadinejad, passando pelos inseparáveis amigos do
movimento dos “não-alinhados”, sempre disponíveis, aliás, para alinhamentos que
envolvam traficantes de droga (FARC, MIR chileno, etc.), terroristas islâmicos,
ditadores comunistas (Fidel, Kim Jong il, Kadhafi, Robert Mugabe, etc.) e
inimigos da economia de mercado e da democracia pluralista.
Cabo Verde, num brilhante gesto “diplomático” do actual
Presidente da República, integrou-se, orgulhosamente, e de pleno direito, com
discurso e tudo, nessa cruzada totalitária, participando na histórica cimeira de
Cuba (2006), onde os companheiros da esquerdigreja afinaram a estratégia
abominável do “socialismo sincrético”. A matriz é a mesma: truculência e
autoritarismo, a equação do atraso e da pobreza.
Graça Salgueiro, estudiosa do Foro de São Paulo, traz-nos
mais um texto clarividente e delicioso acerca das tácticas desse imponente
cartel. O texto foi publicado no Midia Sem Máscara (www.midiasemmascara.org).
Com a permissão dos palhaços, eis a fabulosa narrativa! Para ler e
meditar.
Casimiro de Pina – casipina@hotmail.com
HOJE TEM PALHAÇADA? TEM, SIM SENHOR!
por Graça Salgueiro em 23 de Março de 2007
Esta foi a melhor expressão que encontrei para designar o
périplo do presidente Hugo Chávez, tentando abafar a passagem do presidente
George Bush no seu tour pela América Latina, recentemente. Tão logo confirmou-se
a agenda do presidente norte-americano, o Chapolim de Miraflores programou às
pressas viagens a países vizinhos, como seu circo mambembe (e escolta de 500
guarda-costas cubanos), tentando atrair a atenção da mídia sobre si, querendo
“roubar a cena”.
O que se viu na Argentina foi um espectáculo deplorável,
patético, vergonhoso, sobretudo para o digno povo venezuelano. Ele sem dúvida
arrebanhou multidões à sua volta, porque escolheu países “camaradas” que sofrem
influência directa, sua e do Foro de São Paulo. Enquanto Bush visitava Brasil,
Uruguai, Colômbia, Guatemala e México, Chávez fazia seu show midiático na
Argentina, Bolívia, Nicarágua, Jamaica e Haiti, tentando medir forças com Bush,
instigando, proferindo impropérios e vulgaridades que só tiveram eco entre os
seus iguais. O presidente norte-americano agiu como se espera de um chefe de
Estado, tratando dos assuntos que motivaram a sua visita com compostura e sem se
imiscuir nas baixarias bolivarianas, para imensa frustração de
Chávez.
Quando uma pessoa sofre algum tipo de complexo, sobretudo
de inferioridade, faz de tudo para atrair a atenção sobre si, ao mesmo tempo em
que aponta nos outros defeitos que são seus. Aliás, esta também é a máxima
leninista. Chávez sente inveja da nação americana por seu enorme poder e
riqueza, daí porque joga pedras ao “imperialismo ianque”, mas não rompe os
contratos que a PDVSA mantém com eles porque sabe que isto representaria um
rombo muito significativo nas finanças da Venezuela.
Nessa maratona empreendida por Chávez para empanar o brilho
da visita de Bush à América Latina, há duas questões subjacentes: a primeira, é
a de posar como vítima do “imperialismo” que o persegue, planeja o seu
magnicídio e conspira com os seus “lacaios” para destruir a democracia na
Venezuela. Com isto o neo-ditador venezuelano tenta encobrir os seus próprios
crimes, como a feroz perseguição à dissidência, presos políticos (civis e
militares), fraude eleitoral, destruição das instituições democráticas através
da Lei Habilitante que lhe dá poderes plenos e absolutos, doutrinação marxista
nas escolas e universidades. Além disso, oferece apoio à guerrilha colombiana
das FARC e faz alianças com Governos tiranos e comunistas, como o de Cuba, Irão,
Vietname e Coreia do Norte. Recentemente, além da monumental compra (com os
petrodólares da PDVSA) de armamento, munições e equipamentos bélicos, Chávez vem
fornecendo urânio ao Irão e acaba de criar uma linha aérea que liga este país a
Caracas, saindo de Damasco. Seria para facilitar o intercâmbio de material ou de
terroristas, perguntam-se atónitos os venezuelanos?
A outra questão é a sua sede de poder e a certeza da
substituição na liderança da América Latina com a morte do ditador Castro. Em
Fevereiro de 2005 Chávez e Lula firmaram um acordo no qual constava a compra
pela Venezuela de 30 mil barris diários do etanol brasileiro. Em Junho de 2006 o
ministro Rafael Ramírez, representando a PDVSA, anunciou de Havana, onde
participou da VII reunião da Comissão Mista Intergovernamental Cuba-Venezuela, a
construção de 15 destilarias de etanol, aproveitando a compra de centrais
açucareiras sucateadas de Cuba, e que em Fevereiro de 2007 já se estaria
produzindo etanol na Venezuela. Nesta ocasião, Ramírez assinou contrato com Raúl
Castro para contratar serviços cubanos para a construção dessas
refinarias.
Apesar desse optimismo, as destilarias nunca saíram do
papel e em Agosto de 2006 a PDVSA firmava contrato de “longo prazo” com a
Petrobras para o forneceimento do etanol. Os carros venezuelanos tiveram os seus
motores adaptados e Chávez anunciava que “este projecto é parte dos empenhos
conjuntos para preservar o meio ambiente, reduzir o consumo de combustíveis
fósseis e fomentar fontes alternativas de energia”.
O acordo firmado entre o Brasil e os Estados Unidos foi um
golpe duro demais para o Chapolim de Miraflores que, de uma hora para outra,
mudou toda a sua retórica eco-patética sobre o etanol. Em sua peregrinação,
perseguindo Bush a uma distância regulamentar, a tónica do discurso era a
crítica ao uso do etanol, alegando que “estaríamos usando as terras férteis que
temos disponíveis, a água disponível para produzir alimentos, porém não para as
pessoas mas para os carros dos ricos”.
Quer dizer, ele pode continuar tendo como um dos seus
melhores clientes os Estados Unidos, apesar de chamar o presidente Bush de
“Mister Danger”, dizer que ele é o Diabo (como fez na assembleia da ONU), mas,
como viu que os Estados Unidos firmaram um acordo que poderá trazer muitas
divisas para o Brasil e quiçá dispensar o seu petróleo, o belo ideal ecológico
evaporou-se como éter em contacto com o ar!
E para quem tem estômago forte, o seu discurso na Argentina
pode ser visto aqui: http://www.noticias24.com/actualidad/?p=3440. São dois blocos
de quase 2 horas no total, tempo suficiente para dar a certeza de que estamos
diante de um psicopata, doente de inveja, rancor, vulgaridade e falta de
educação. Foi um espectáculo mambembe, sem duvida.
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