O TOTALITARISMO E A FALSIFICAÇÃO DA HISTÓRIA: O CASO DE SALVADOR ALLENDE
Era mentira. Era tudo mentira. Allende não era
democrata. Nem amava, tampouco, a República e a legalidade. Operava,
abertamente, isso sim, contra os fundamentos da tradição republicana.
Estava a destruir, e não a construir, a
democracia chilena, apoiando grupos armados, ilegítimos e terroristas,
que amedrontavam as populações. Desrespeitava o Poder Judiciário.
Zombava do órgão Legislativo, usurpando os seus poderes legais… Quem
escrevia, afinal, os livros (de propaganda) da minha infância? Quem
pagava os escribas? Que regime era esse, sustentado na mentira e na
manipulação do ensino e da história? Contra a impostura é preciso,
pois, escrever. Escrever sempre. Como sublinhava o grande George
Orwell, “Escrevo porque há uma injustiça que merece ser denunciada, uma
mentira que tem de ser desmascarada”. Leiam, sem tardança, este texto
(que vos trago hoje) de Heitor de Paola, consagrado intelectual
brasileiro, comentando o fundamentado documento jurídico que os
Deputados do Chile aprovaram no dia 23 de Agosto de 1973, vinte dias
antes da queda de Allende, desejada pelo povo e pelos poderes
legalmente constituídos e usurpados