FIDEL: UM DITADOR MODERNO
A forma simpática, comovente, como a imprensa
cabo-verdiana referiu-se à “passagem” do poder em Cuba (de Fidel para
Raul, como nas velhas monarquias) é mais um exemplo eloquente do estado
da nossa democracia e da mentalidade dominante entre nós. Fidel foi
aclamado, apresentado como um “velho lutador”, um líder “carismático”,
que fez frente, heroicamente, ao “bloqueio americano”. Um “idealista”,
em suma. Jorge Carlos Fonseca dizia-me, a propósito, numa roda de
amigos, que a nossa gente não está habituada a exercer a faculdade
crítica. E tem razão